Não é novidade para meus nobres leitores que o 8º semestre guarda, na minha opinião, os piores módulos de toda a faculdade! Não em critérios de organização, mas em conteúdo mesmo, pois tudo o que estou vendo agora está dentre as especialidades que eu jamais faria.
Contudo, apesar da minha visão pessimista sobre o semestre, até que me surpreendi com algumas disciplinas, como oftalmo e neuro. Otorrino também é legal, mas nem tanto pelo assunto, mas pelos professores, que são muito bons. Quanto a medicina legal, me recuso a tecer quaisquer comentários. ¬¬'
Meu texto, no entanto, tem a intenção de se referir a um módulo em específico: psiquiatria. Tem sido tão trágico, que chega até a ser cômico. Para início de conversa, no primeiro ambulatório descobrimos que a aula termina às 19h!!! Nooooooossa, ficamos indignados! Sexta-feira a noite e a gente saindo daquela faculdade às 19h. Nem o carinha que olha nosso carro esperou por a gente, coitado. Sem contar que as ruas do campus ficam desertas por essas horas, de tal forma que temos que sair andando em comboio para nos sentirmos mais seguros. E aí então questionamos para o professor se não seria possível que terminasse mais cedo, e ele sem titubear respondeu: NÃO!!! Pois é... é o jeito!
Fomos, então, para a segunda aula. Dia duro! Eu e Bruninha ficamos juntas. Atendemos uma paciente com transtorno bipolar tipo I que contava umas histórias bem non-sense e falava insistentemente sobre o netinho dela. Era curioso o quanto ela falava sobre esse neto, dizendo que ele devia fazer catecismo e que tava toda orgulhosa porque agora ele sabia cantar "♪como Zaquel, eu quero subir...♪". A Bruninha disse que passou o fim-de-semana pensando no neto da paciente cantando isso, de tão traumatizante que foi. Felizmente, nesse dia fomos liberados mais cedo, pois quem ficou com a gente foi um residente, e não o professor.
Veio, então, a terceira aula, que foi hoje. Rapaaaaz, hoje foi brabo, a começar pelo fato de o professor estar ligeiramente de "ovo virado" (como diria mamãe) com a gente. O estopim, no entanto, veio depois. Lembra da paciente do parágrafo anterior? Pois é, ela voltou. O residente pediu que ela retornasse para que meu professor a avaliasse com mais cuidado. Por volta das 16h30, ela foi chamada. Estávamos quase todos na sala, acompanhando a consulta. Depois de uma conversa meio tensa, meu professor pediu que ela voltasse na próxima semana (de novo!!!) acompanhada de um familiar. Mais alguns minutos de tensão, e ela concordou. Saíram todos da sala, inclusive o professor, e ficamos eu e Elaninha ajudando a senhora a juntar os documentos dela. Quando terminamos, ela recolheu a bolsa, olhou pra frente e ahhhhhhhhhhhhh... já saiu feito um jato correndo atrás da Bruninha!!!
"Eu te odeiooooooooo, te odeiooooooooooo..."
"Meu Deeeeeeeeeus, socorro, professoooooooor!!!"
"Te odeiooooooooo, vou te pegaaaaaaaar"
"Socoooooooorro!!!"
E bufo: a Bruna se trancou um um consultório! A paciente ainda ficou gritando por alguns segundos - eternos segundos! Todos ficamos em completo estado de choque! O professor não se mexia. Esperamos ela sair. Ufaaaa... Ela saiu...
Depois...
Beeem, depois Amanda, Geyna e eu caímos no choro. Alguns outros caíram no riso. Outros, continuaram sem entender nada (como a nossa querida Susy, claro... heheheh). Bruna ficou... bem, nem sei direito como a Bruna ficou, mas com certeza o susto não foi pequeno.
O fato é que a psiquiatria está nos enchendo de traumas! Sinceramente, temo o que ainda nos espera, viu? Ai, ai...
E fechando o texto, quero colocar uma sábia citação de Bruna Maryelle, nossa vítima de hoje: "Quantas aulas ainda faltam mesmo, hein?" ahuahauahauhaah
Eu mereço!
Comentários
gente...vcs deviam estar cientes desse tipo de coisa...ela não é normal que nem vcs não...as pessoas n tem culpa de serem assim, de terem esse tipo de distúrbio psíquico!