Muitas pessoas já chegaram até mim com a seguinte pergunta: por que medicina? É uma pergunta clássica, convenhamos, mas cada vez que a mim ela é feita, é despertado um novo sentimento de inquietação misturado com certeza. Na verdade, não lembro ao certo do exato momento em que pensei: quero ser médica! Lembranças vagas de minha infância vêm-me à cabeça, quando meu pai orgulhosamente comentava com algum amigo assim: “Vê lá, pergunte a ela o que ela quer ser quando crescer?”. O homem então olhava para mim e perguntava. Eu, encabulada, mas com um sorriso no rosto, respondia: “Pediatra”. Pois é, é engraçado. Acho que aí eu devia ter uns quatro ou cinco anos de idade. E essa mesma idéia de um dia me tornar pediatra acompanhou-me por toda a minha infância e parte de minha adolescência. Mas quando começou, ou por que começou, não sei. Recordo-me que, no segundo ano do ensino médio, passou-me pela cabeça prestar vestibular para psicologia. Vontade efêmera, pois logo voltei a meu sonho antigo:
obstetrícia, ginecologia, desabafos & reflexões