Carrego em mim a energia de muitas mães que vieram antes de mim. Em cada célula minha, há um pouco do material genético e cultural de mulheres que, por motivos diversos, tiveram filhos, e por isso aqui estou. Algumas por escolhas, outras por imposição de uma cultura que tanto condena aquelas que não tem filhos.
As mães de minha família abriram mão de muitas coisas para que eu fosse o que sou hoje. Minhas avós e minha mãe não fizeram faculdade, nem nunca tiveram emprego fixo, mas se viraram para ter renda extra como puderam. Mesmo trabalhando, ainda cuidavam da casa e dos filhos sem ajuda adicional. Enquanto éramos pequenos, não lembro do meu pai nos ensinando tarefa, nos dando remédio, fazendo festas de aniversário do zero (incluindo os salgadinhos, docinhos e decoração) ou cozinhando os almoços de domingo. Minha mãe não se arrepende (ao menos ela fala que não 😬), mas eu vejo nos detalhes o quanto maternar mudou a vida dela.
Se tornar mãe não é somente parir e amar uma criança, mas um conjunto de implicações que isso traz na vida da mulher, sejam elas pessoais, profissionais ou afetivas. Ser mãe é f*da na nossa sociedade! Por tudo isso, um abraço bem forte a todas as mães. Nesse dia das mães, mais uma vez distante da minha, desejo que a sociedade pegue cada vez mais leve com essas mulheres, para que, quem sabe, eu tenha um maternar mais suave com minhas crias.
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